Homem é condenado a mais de 60 anos de prisão e a pagar R$ 150 mil a herdeiros
de trio achado morto em covas em Goiás, diz MP
José Nilton Corino de Araújo foi condenado pelas mortes de Raí Nunes da Silva,
Lucas Borges de Azevedo e Marciano Francisco da Silva Souza. Segundo o MP,
crimes ocorreram por disputa por tráfico de drogas.
1 de 6 Lucas Borges de Azevedo, Raí Nunes da Silva e Marciano Francisco da Silva
foram encontrados mortos em Porangatu — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Lucas Borges de Azevedo, Raí Nunes da Silva e Marciano Francisco da Silva foram
encontrados mortos em Porangatu — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Um homem foi condenado a mais de 60 anos de prisão pela morte de três pessoas
que foram encontradas mortas em uma vala
DE, no norte goiano,
segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO). José Nilton Corino de Araújo
também foi condenado a pagar R$ 150 mil aos herdeiros de cada vítima por danos
morais (saiba detalhes da sentença ao fim da reportagem).
O réu foi condenado pelas mortes de Raí Nunes da Silva, Lucas Borges de Azevedo
e Marciano Francisco da Silva Souza
DE, que foram assassinados em fevereiro de 2023 após desaparecerem em Mara Rosa
DE (entenda abaixo como foram os
crimes). Segundo o MP, os crimes ocorreram devido à disputa pelo tráfico de
drogas em cidades do norte goiano, com indícios de que o réu e vítimas teriam
relações com uma organização criminosa.
As informações da sentença foram divulgadas pelo MP-GO na terça-feira (28). José
Nilton passou por um júri popular que durou dois dias e foi concluído no dia 23
de janeiro. DE não conseguiu localizar a
defesa dele até a última atualização desta reportagem.
Outras duas pessoas eram acusadas de ajudar José Nilton a cometer os crimes. Uma
delas foi absolvida no julgamento e a outra teve o processo desmembrado e vai
ser julgada em outra ocasião.
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CONDENAÇÃO
2 de 6 José Nilton Corino de Araújo, condenado pela morte de três pessoas em
Porangatu — Foto: Divulgação/Polícia Civil
José Nilton Corino de Araújo, condenado pela morte de três pessoas em Porangatu
— Foto: Divulgação/Polícia Civil
José Nilton Corino de Araújo foi condenado por triplo homicídio, vilipêndio
(degradação) e ocultação dos cadáveres das vítimas. Além disso, ele também foi
condenado por fraude processual. A sentença impôs a seguinte pena, segundo o MP:
57 anos e 16 dias de prisão pelo triplo homicídio;
4 anos e 23 dias de detenção;
66 dias-multa;
Pagamento de R$ 150 mil aos herdeiros de cada vítima por danos morais;
CRIMES
Segundo a denúncia do Ministério Público, os crimes contra Lucas Borges de
Azevedo, Raí Nunes da Silva e Marciano Francisco da Silva aconteceram em um
intervalo de três dias, em fevereiro de 2023, na zona rural de Porangatu. Os
primeiros crimes foram contra Raí e Lucas e ocorreram no dia 9, conforme o
relato do órgão.
O MP explica que o crime contra Raí Nunes ocorreu mediante simulação de parceria
para atrair a vítima e por motivo torpe, por uma desavença por tráfico de
drogas. Ele foi assassinado com um disparo de arma de fogo e o corpo dele foi
degradado, segundo narra o órgão. O corpo dele foi identificado por exame de
DNA.
A morte de Lucas Borges foi no mesmo dia, pelos mesmos motivos que Raí. Ele, no
entanto, recebeu vários disparos de arma de fogo, conforme a denúncia do MP. O
órgão também afirmou que o corpo dele foi degradado no dia 12, mas o júri
rejeitou essa acusação. O corpo dele foi identificado pela impressão digital.
Raí e Lucas tiveram seus corpos ocultados. Segundo informado pela Polícia Civil
na época do crime, os dois estavam
desaparecidos desde o dia 8 daquele mês. Os dois foram achados em uma cova
perto de um carro queimado que pertencia a uma das três vítimas.
3 de 6 Polícia encontra corpos enterrados em covas em Porangatu — Foto: Polícia
Civil/Divulgação
Polícia encontra corpos enterrados em covas em Porangatu — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A terceira morte foi a de Marciano Francisco. O MP detalhou que José Nilton e
outra pessoa também mataram Marciano a tiros, causando um politraumatismo na
cabeça e no tórax dele. Ele também teve o corpo degradado e isso foi reconhecido
pelo júri, conforme informado pelo Ministério Público. Na época, a polícia
revelou que o corpo dele estava enterrado a alguns metros de distância, na mesma
mata. O corpo dele foi identificado pelas impressões digitais.
Já o crime de fraude processual foi reconhecido pela destruição de provas na
tentativa de impossibilitar a realização da perícia. O MP explicou que a fraude
identificada “consistiu em lavar com bucha e sabão o interior do veículo (um
Vectra), bem como queimar os carpetes do automóvel, com fim de eliminar manchas
e sinais de sangue e outras provas”.
INVESTIGAÇÃO E INDICIAMENTO
A Polícia Civil concluiu que os homicídios tenham acontecido entre os dias 8 e
12 de fevereiro de 2023. Inicialmente, a PC começou a investigar o desaparecimento
dos três jovens, mas acabou se revelando em um triplo homicídio. A Polícia Civil
disse que descobriu vídeos que o suspeito gravou após cometer os assassinatos. Em um
deles, segundo a PC, ele chega a dançar forró com uma mulher ao lado de um dos
corpos.
A Polícia Civil afastou a linha investigativa que era abordada inicialmente,
sobre uma possível vingança por um suposto estupro, e concluiu que a motivação
foi a disputa pelo tráfico de drogas e a cobrança por dívidas.
“A questão do estupro é um mero ‘código’ que eles utilizam no mundo do tráfico
para expor mais ainda aquele que vai ser morto. Pela sequência de vídeos e pelos
próprios depoimentos, até mesmo o José Nilton confessou que um dos vídeos ele
simulou, mentiu que era um estupro. É um meio de talvez dar uma ‘motivação’”,
explicou o delegado.
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